Apesar de o acometimento de cabeça e pescoço de crianças mais velhas e adultos na escabiose ser conhecido, a literatura é pobre em sua descrição. Estudados 124 pacientes com escabiose clássica com cinco anos de idade ou mais, para pesquisa, descrição e registro fotográfico das lesões de cabeça e pescoço. Esses locais foram acometidos em 35,8% dos casos, e as lesões mais encontradas foram crostas hemáticas, pápulas eritematosas com e sem escoriações ou crostas sobrepostas e descamação adjacente.
Palavras-chave: PESCOÇO, CABEÇA, DIAGNÓSTICO, ESCABIOSE
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FUNDAMENTOS - A situação de alta prevalência da escabiose, associada ao baixo grau de autodiagnóstico e à estigmatização dos parasitados, contribui para a automedicação.
OBJETIVOS - Verificar a percepção dos pacientes com escabiose em relação à doença, às possibilidades diagnósticas consideradas, à automedicação realizada e os sentimentos diante do conhecimento do diagnóstico.
MÉTODOS - Em estudo prospectivo de série de casos, foram entrevistados 65 pacientes com diagnóstico clínico de escabiose atendidos no ambulatório de Dermatologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco, em Recife, Brasil.
RESULTADOS - Apenas 47,7% deles acreditavam que seus sintomas fossem devidos à escabiose, e 86% achavam que esses poderiam ser devidos a outras enfermidades, como infecções, picada de insetos e alergia a contactantes. Como automedicação, observada em 55,4% dos pacientes, os produtos mais utilizados foram os sabões e as plantas. O diagnóstico da escabiose levou a sentimentos negativos em 56,7% dos casos.
CONCLUSÕES - O estudo evidenciou ser baixo o grau de suspeição de escabiose entre os infestados. A automedicação foi utilizada em mais da metade dos pacientes, geralmente com produtos inadequados para o tratamento da parasitose. É freqüente o diagnóstico da escabiose levar a sentimentos negativos, indicando a importância da atenção integral ao paciente.
Palavras-chave: AUTOMEDICAÇÃO, EMOÇÕES, ESCABIOSE
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