Os AA. estudaram um caso de sarna crostosa, termo que adotaram em homenagem a Danielssen e, também, por julgarem melhor designação que a de sarna norueguesa, embora seja esta mais difundida. Salientaram a pecularidade do aspecto dermatológico do caso apresentado, com lesões eritrodérmicas, eczematizadas, pápulo-vesiculosas e “placaros” crostosos, estes em localizações costumeiras ou não da sarna vulgar condicionando, principalmente, o diagnóstico diferencial com o eczema eritrodérmico e a dermatite seborrêica.
Ao lado do quadro mórbido cutâneo, sobrepõem-se, na paciente, as condições somato-psíquicas de debilidade mental, miséria orgânica e maus hábitos de higiene, destacados por Darier como terreno propício ao desenvolvi mento da sarna crostosa. Observaram, também, a assinalada epidemia de sarna vulgar em o pessoal técnico e doentes de enfermarias, oriunda da sarna crostosa, fato destacado pelos diferentes autores, entre os quais Felix, Goudal e Pelbois.
Estão de acordo em "admitir a suspeita de sarna crostosa" em doentes portadores de dermatose eritrodérmica de causa desconhecida e internados em enfermaria, onde, inexplicavelmente, se desenvolveram vários casos de sarna vulgar.
Constitui achado singular a presença de um "túnel" acariano, típico, de sarna vulgar , em uma das recidivas da sarna crostosa, na doente em aprêço. Dos exames de laboratório, além do encontro constante de numerosos parasitos da sarna crostosa, evidenciou-se o elevado metabolismo basal da paciente, o qual assim se manteve até o período da monarca, para depois normalizar-se. Isto levou os A.A. a afastarem a influência das lesões dermatológicas sobre a elevação metabólica. Os tratamentos clássicos da sarna vulgar, periodicamente feitos, deram resultados satisfatórios, com a cura clínica da doente.
Em addendum, comprovaram a recidiva da sarna crostosa sob sua clássica forma e não da vulgar, após 4 meses de volta da paciente às antigas condições de ambiente, higiene, hábitos sociais e alimentares.
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