Artigos originais
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Titulo do Artigo
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Autor(es)
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Resumo
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RAIMUNDA NONATA RIBEIRO SAMPAIO, R. A. A. ROCHA, P. D. MARSDEN, C.C. CUBA, A. C. BARRETO et al.
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Foram estudados 80 pacientes portadores de leishmaniose tegumentar americana no Hospital de Sobradinho.
A grande maioria dos pacientes foi representada por homens, adultos e lavradores.
Quanto à procedência, predominaram Goiás com 48,7% dos casos, Bahia com 22,5% e Minas Gerais com 10%. Três casos foram considerados autóctones do Distrito Federal.
As lesões mucosas predominaram, certamente por representar uma casuística hospitalar. Destas, a mucosa nasal foi a mais atingida. Houve 5 casos de forma mucosa sem porta de entrada representada por uma lesão cutânea em atividade, ou cicatriz.
A ulceração única predominou (55,2%). Quatro casos apresentaram mais de 10 lesões de pele.
Os membros foram as áreas do corpo mais atingidas.
Quanto ao diagnóstico, a mais alta percentagem de positividade foi representada pela reação de Montenegro (90%) e pesquisa indireta de anticorpos fluorescentes (65,7%).
A pesquisa de formas amastigotas no esfregaço e no exame histopatológico tiveram percentagens respectivas de 26,5% e 31,2%. A inoculação em hamster 30,4%.
Os tratamentos utilizados foram o antimoniato de N-metil-glucamina (Glucantime), a anfotericina B e, numa breve experiência, o Nifurtimox (Lampit).
O esquema terapêutico adotado para o glucantime foi de 1g/kg/série, repetido 3 vezes com intervalos de 15 a 30 dias.
Foram tratados 51 pacientes; 22 não completaram a dose preconizada. Para os pacientes que fizeram o tratamento completo, a cura clínica foi de 100% para as formas só cutâneas e de 75% para as formas mucosas; 60,7% não sofreram efeitos colaterais mas houve um caso de insuficiência renal aguda, reversível com dose total de 33g.
A anfotericina B foi aplicada com uma dosagem inicial de 0,25mg/kg/dia até atingir 1mg/kg/dia: foram tratados 11 pacientes considerados resistentes aos antimoniais, ou formas graves, destes, 6 completaram mais de 1g e cicatrizaram suas lesões. Dois foram acompanhados por mais de 1 ano.
Palavras-chave: LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA
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Caso Clínico
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Autor(es)
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Resumo
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DANIELA VELOZO DE ANDRADE GOMES, ANDREA LEÃO SANTOS VEIGA CABRAL, MARIA CUSTÓDIA MACHADO RIBEIRO, JORGETH DE OLIVEIRA CARNEIRO DA MOTTA, IZELDA MARIA CARVALHO COSTA, RAIMUNDA NONATA RIBEIRO SAMPAIO et al.
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A leishmaniose tegumentar americana, doença endêmica e crescente no Brasil, pode manifestar-se por úlceras na pele e lesões nas mucosas nasal, oral e faringiana. O antimônio pentavalente é a droga de primeira escolha no tratamento, com resposta menos favorável nas formas mucosas. Destaca-se a dificuldade para diagnosticar e tratar um caso de leishmaniose mucosa em criança de cinco anos que teve exames parasitológicos, imunológicos e reação em cadeia da polimerase negativos. Somente após várias repetições o esfregaço foi positivo. A paciente apresentou infecção bacteriana secundária persistente das lesões e falta de resposta a drogas específicas e antibióticos, evoluindo para septicemia e óbito.
Palavras-chave: SEPTICEMIA, EVOLUÇÃO FATAL, LEISHMANIOSE MUCOCUTÂNEA
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Resumo
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RAIMUNDA NONATA RIBEIRO SAMPAIO, ANA MARIA QUINTEIRO RIBEIRO, MARINA DANTAS DE ALENCAR MILFONT, EVERSON JOSÉ DOS SANTOS LEITE
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O _Microsporum nanum_ é dermatófito que raramente causa infecção humana. No entanto, é com freqüência isolado da pele de suínos com ou sem lesões. Este é um relato de infecção humana por _M. nanum_ em paciente procedente de área rural e criador de porcos, com hanseníase virchowiana, que apresentava hiperceratose plantar e onicólise das unhas dos pés e algumas da mão direita. A cultura para fungos revelou o crescimento de _Microsporum nanum_ a partir de material colhido da região plantar e unhas. Houve regressão das lesões da pele e melhora das lesões ungueais 15 meses após pulsoterapia com itraconazol; entretanto, o exame micológico do raspado das plantas dos pés persistia com presença de hifas de dermatófito. O _Microsporum nanum_ é referido acometendo várias regiões da pele glabra e também o couro cabeludo; aos autores entretanto parece ser a primeira citação de acometimento ungueal.
Palavras-chave: TINHA DO PÉ, MICROSPORUM, ONICOMICOSE
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Resumo
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RAIMUNDA NONATA RIBEIRO SAMPAIO, JOSÉ AUGUSTO PIRES, JOÃO HERMAN DUARTE SAMPAIO, ALBINO VERÇOSA MAGALHÃES
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Em relação à invasão de órgãos internos por leishmânias que normalmente se manifestam no tegumento cutâneo, foram documentados dois casos da forma tegumentar de leishmaniose com presença do parasito na medula. As espécies identificadas foram _Leishmania amazonensis_ e _Leishmania Viannia braziliensis_. Relata-se o caso de um paciente de 33 anos com febre ocasional, mais de cinquenta lesões pápuloulcerosas disseminadas na pele, infiltração de septo nasal, _cavum_, laringe e também hepatomegalia. A pesquisa de parasitos das lesões cutâneas em cultura, no exame histopatológico e na inoculação de hamsters foi positiva com a identificação por anticorpos monoclonais de _Leishmania Viannia braziliensis_ na pele. No exame histopatológico do fígado foi encontrado infiltrado histiolinfoplasmocitário com raros parasitos. O leucograma apresentou leucopenia e velocidade de hemossedimentação elevada. O teste de ELISA para o vírus da imunodeficiência humana foi negativo, e testes cutâneos para avaliar imunidade celular, positivos. Este relato reforça a possibilidade de visceralização, em indivíduos imunocompetentes, quando se trata de cepa de _Leishmania Viannia braziliensis_, considerada inicialmente com tropismo exclusivo para peles e mucosas. Casos semelhantes precisam ser documentados com a identificação do parasito na víscera a fim de esclarecer a patogenia dessa espécie de leishmania.
Palavras-chave: HEPATOMEGALIA, LEISHMANIOSE MUCOCUTÂNEA
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Resumo
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ANA MARIA P. SAMPAIO, GRACE CALDAS F. CARRETA, JORGETH DE OLIVEIRA CARNEIRO DA MOTTA, ANDRÉA DE OLIVEIRA PENIDO, RAIMUNDA NONATA RIBEIRO SAMPAIO et al.
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Relato de três casos de leishmaniose esporotricóide com confirmação clínica e laboratorial por meio de intradermorreação de Montenegro, exames parasitológicos, imunológicos e histopatológicos. Os pacientes foram tratados com glucantime na dose de 20mg/kg/dia durante vinte dias, com cura clínica das lesões.
Palavras-chave: LEISHMANIOSE, LEISHMANIOSE MUCOCUTÂNEA, LINFANGITE
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Resumo
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RAIMUNDA NONATA RIBEIRO SAMPAIO, J. P. R. VEIGA, OMESINA MAROJA LIMEIRA, A. VEXENAT, P. D. MARSDEN et al.
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Os autores apresentam um caso de leishmaniose tegumentar americana causada por Leishmânia viannia brasiliensis que de um grupo de seis pacientes tratados com a associação glucantime e alopurinol desenvolveu quadro de nefrite intersticial aguda acompanhado de exantema cutâneo. Questionam se não houve potencialização na interação das drogas com relação ao efeito indesejável.
Palavras-chave: GLUCANTIME, LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA, ALOPURINOL, INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA
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Resumo
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RAIMUNDA NONATA RIBEIRO SAMPAIO, MERIAN DOS SANTOS LINDOSO, ANA DE CÁSSIA ROSA, PHILIP DAVID MARSDEN
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Os apresentam um caso de leishmaniose tegumentar americana cusada por Leishmania viannia brasiliensis que não respondeu ao uso de Glucantime e na vigência do uso de pentamidina desenvolveu lesão mucosa nasal.
Discutem a má resposta terapêutica da cepa em questão e propõem o estudo cuidadoso da resposta de imunidade celular do hospedeiro em formas clínicas pouco usuais e que não respondem aos métodos convencionais de tratamento.
Palavras-chave: GLUCANTIME, LEISHMANIA VIANNIA BRASILIENSIS, PENTAMIDINA
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Resumo
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RAIMUNDA NONATA RIBEIRO SAMPAIO
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A cura da forma mucosa de leishmaniose com antimonial pentavalente em esquema interrompido é apenas 56% parecendo-nos que o esquema aplicado sem interrupção seria mais eficaz.
Achados de Chulay et al. permitiram ao autor concluir que a cardiotoxicidade dos antimoniais pentavalentes é diretamente proporcional à dosagem diária e tempo de uso, ocorrendo morte súbita com dose diária de 60mg SbV/kg.
Tratamos em torno de 300 casos com doses que variaram de 10 a 28mg SbV/kg/dia com ambos tipos de esquema. Houve um caso de morte súbita e um caso de insificiência renal aguda sem óbito.
Nosso paciente tinha 77 anos e era portador de arritmia cardíaca. Tratado com dose de 20mg SbV/kg/dia, morreu subitamente no 24º dia.
Admite-se que em pacientes idosos e com alterações eletrocardiográficas prévias o uso de drogas menos cardiotóxicas (pentamidina e anfotericina B) deve ser considerado. O emprego de antimoniais nestes casos requer controle eletrocardiográfico cuidadoso.
Palavras-chave: ANTIMONIAL PENTAVALENTE, CARDIOTORICIDADE, LEISHMANIOSE
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Comunicação
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Titulo do Artigo
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Autor(es)
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Resumo
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Mariana Boff Barreto, Andrea Lisboa Carneiro, Fernando Araripe Gonçalves Torres, Raimunda Nonata Ribeiro Sampaio
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A Leishmaniose Tegumentar Americana é notificada em Brasília (DF), mas tem forma de transmissão desconhecida. Em Sobradinho - região periurbana do Distrito Federal - foram capturados, com armadilha tipo Center of Disease Control, 89% de Lutzomyia whitmani, 7% de Lu. Bacula e 3% de Lu. davisi, sendo 77% no periintradomicílio. Pesquisa do DNA de Leishmania pela reação em cadeia da polimerase (PCR) foi negativa. Lu. whitmani é o principal vetor e a transmissão peri-intradomiciliar parece possível na região estudada.
Palavras-chave: Leishmania; Leishmaniose cutânea; Reação em cadeia da polimerase
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Resumo
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RAIMUNDA NONATA RIBEIRO SAMPAIO
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Homenagem póstuma ao professor Philip Davis Marsden.
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Resumo
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RAIMUNDA NONATA RIBEIRO SAMPAIO, PHILIP D. MARSDEN, TANCREDO FURTADO, AIE C. BARRETO, CESAR C. CUBA, GLADYS A. M. CAMPBELL et al.
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São relatados aspectos do tratamento de 114 pacientes acomeidos de lesihmaniose tegumentar americana. As drogas usadas from as seguintes: N-metilglucamina (Glucantime), associação desta droga com nifurtimox (Lampit), estibogluconato de sódio (Pentostam) e anfotericina B. A confirmação do diagnóstico clínico baseou-se em pelo menos um dos seguintes exames, com as cifras de sua positividade: intradermorreação de Montenegro (98,8%), pesquisa de leishmania por esfregaço (46,9%), histopatologia (50%), pesquisa indireta de anticorpos fluorescentes (81,2%) e inoculação em hamster (38,1%).
A imunofluorescência indireta foi também usada na avaliação da cura clínica. A pesquisa de leishmania nas lesões (esfregaço e histopatologia) revelou percentuais mais elevados nos casos com lesão somente cutânea (54,7% e 64,4%, respectivamente) do que nos casos com lesão mucosa (38,4% e 38,1%, respectivamente). Entre os pacientes tratados, 54( 47,3%) tinham somente lesões cutâneas e 60 (52,7%) tinham acometimento das mucosas. Entre os casos cutâneos, 38(70,3%) tinham evolução inferior a um ano. O nariz foi acometido em 59 de 60 casos mucosos (98,3%), seguindo-se, em frequência, boca,faringe e laringe. Os índices de cra clínica foram de 86,6% na forma cutânea e 66,1% na forma mucosa.
Em relação à duração da doença os resultados foram 93,7% para as lesões com menos de um ano e 72,7% com mais de um ano, na forma cutânea. Na forma mucosa os resultados foram de 76,6% com menos de nove anos e 57,8% com mais de nove anos.
A reversão dos títulos de anticorpos fluorescentes durante um período de oito meses após tratamento foi significante tanto para a forma cutânea como para a forma mucosa.
Palavras-chave: LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA
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Resumo
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RAIMUNDA NONATA RIBEIRO SAMPAIO, SIMONE KARST PASSOS SOARES, ANA DE CÁSSICA ROSA, EDUARDO MARTINS NETTO, ALBINO VERÇOSA MAGALHÃES, PHILIP DAVIS MARSDEN et al.
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As principais razões para a escolha da pentamidina no presente ensaio terapêutico foram a alta taxa de recidiva de casos de forma mucosa de leishmaniose tegumentar com o tratamento pelos antimoniais pentavalentes e o fato deste medicamento ter sido usado com sucesso na forma cutãnea da doença.
Seis pacientes com forma mucosa de leishmaniose tegumentar diagnosticados clinicamente por exame dermato-otorrinolaringológico, reação intradérmica de Montenegro, cultura, inoculação em hamster e esfregaço de material obtido das lesões, exame histopatológico e pesquisa de anticorpos circulantes, foram tratados com pentamidina na dose de 200mg em dias alternados, com dose total entre 2,3 a 5,9g, de acordo com a clínica.
Houve cura clínica e parasitológica de cinco casos, com acompanhamento variando de 12 a 24 meses após o tratamento. No único caso de falha, tratava-se de um paciente que também não respondeu ao tratamento com Glucantime. Entre os efeitos colaterais estão um caso de diabetes mel] itus, alterações transitórias de glicemia em dois casos e abscesso glúteo em um, concluindo-se ser boa a resposta terapêutica à pentamidina dos casos da forma mucosa de leishmaniose tegumentar.
Palavras-chave: LEISHMANIOSE TEGUMENTAR, PENTAMIDINA
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Educação médica continuada
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Autor(es)
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Resumo
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Ciro Martins Gomes, Natália Aparecida de Paula, Orlando Oliveira de Morais, Killarney Ataíde Soares, Ana Maria Roselino, Raimunda Nonata Ribeiro Sampaio et al.
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O diagnóstico da leishmaniose tegumentar americana é uma tarefa difícil, porém essencial, quando considerada a toxicidade das drogas disponíveis para o seu tratamento. Desde a descoberta do parasito Leishmania, inúmeros testes vêm sendo desenvolvidos. No entanto, nenhum exame hoje disponível pode ser considerado padrão-ouro por não agregar acurácia suficiente para a detecção da doença. Conhecimento epidemiológico e caracterização clínica da leishmaniose tegumentar americana são preceitos fundamentais da prática dermatológica e indispensáveis na utilização racional das técnicas disponíveis para o seu diagnóstico. No presente artigo, tem-se por objetivo, através de extensa revisão da literatura, relembrar conceitos fundamentais, inerentes a qualquer prova diagnóstica. Posteriormente, com base nestas informações, serão contempladas as características dos exames subsidiários, incluindo o teste imune celular in vivo - intradermorreação de Montenegro - e testes sorológicos humorais, além da detecção do parasito por exame direto, histopatológico ou cultura. Por último, serão abordadas as novas tecnologias e opções para a pesquisa do agente etiológico da leishmaniose tegumentar americana. A Biologia Molecular constitui ferramenta promissora e possibilita a rápida identificação da espécie envolvida. Espera-se, ainda, propiciar aos dermatologistas revisão pormenorizada sobre esta doença de grande morbidade e auxiliá-los em seu difícil manejo.
Palavras-chave: Biologia molecular; Dermatologia; Diagnóstico; Leishmaniose mucocutânea; Reação em cadeia da polimerase; Testes sorológicos
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Resumo
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EDSON BORGES DE LIMA, CLAUDIA PORTO, JORGETH DE OLIVEIRA CARNEIRO DA MOTTA, RAIMUNDA NONATA RIBEIRO SAMPAIO
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A leishmaniose tegumentar americana é doença infecciosa da pele e mucosa, cujo agente etiológico é um protozoário do gênero Leishmania. Seu tratamento é desafio porque as drogas disponíveis apresentam elevada toxicidade, e nenhuma delas é bastante eficaz. A recidiva, a falha terapêutica em pacientes imunodeprimidos e a resistência ao tratamento são fatores que motivam a busca de uma droga ideal.
Palavras-chave: LEISHMANIOSE CUTÂNEA/TERAPIA, LEISHMANIOSE CUTÂNEA/DIAGNÓSTICO, ANTIMÔNIO, LEISHMANIOSE CUTÂNEA
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Farmacologia clínica
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Titulo do Artigo
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Autor(es)
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Resumo
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RAIMUNDA NONATA RIBEIRO SAMPAIO, PHILIP D. MARSDEN, TANCREDO FURTADO, JOÃO HERMAN DUARTE SAMPAIO
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Um grupo de 87 pacientes de leishmaniose tegumentar americana foi tratado com antimoniais pentavalentes pelos três seguintes esquemas: A - N-metilglucamina (Glucantime) 28mg/kg/dia de Sb V. durante 10 a 12 dias, em três séries, com intervalo de 15 dias (40 casos); B - N-metilglucamina (22 casos) ou estibogluconato de sódio (Pentostam) (quatro casos) 20mg/kg/dia de Sb V. durante 14 a 85 dias, com duração média de 30 dias; C - Estibogluconato de sódio 10mg/kg/dia de Sb V. durante 30 dias (21 casos). O diagnóstico clínico foi confirmado por esfregaço, histopatologia, inoculação em hamster (para pesquisa do parasita) e teste intradérmico de Montenegro. A reação de imunofluorescência indireta utilizada no controle de cura foi realizada antes e ao fim do tratamerto e de seis em seis meses após o tratamento até a negativação. O esquema A mostrou-se eficaz na forma cutânea (cura clínica em 13 de 14 casos) e menos ativo na forma mucosa (cura de 15 em 26 casos). Com o esquema B houve cura clínica em 12 de 14 casos da forma cutânea e em 11 de 12 casos da forma mucosa. No esquema C observou-se cura clínica em um de três casos da forma cutânea e em 11 de 18 casos da forma mucosa. O teste exato de Fischer não revelou diferença significativa a nível de 0,01 entre os três esquemas para a forma cutânea, enquanto para a forma mucosa o esquema B foi o mais eficaz. Sessenta e sete por cento dos pacientes referiram queixas clínicas no decurso do tratamento (artralgia, mialgia, anorexia, náusea e vômitos, por ordem de frequência). Aumento das transaminases ou da fosfatase alcalina foi verificado em 24% dos pacientes. Anormalidades eletrocardiográficas foram observadas em 22% (distúrbios de repolarização, bradicardia sinusal ou alteração de onda T). Entretanto os efeitos colaterais observados excepcionalmente levaram à interrupção do tratamento.
Palavras-chave: ANTIMONIAIS PENTAVALENTES, LEISHMANIOSE CUTÂNEO-MUCOSA, LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA
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Imagens em Dermatologia Tropical
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Autor(es)
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Resumo
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Ciro Martins Gomes, Fabiana dos Santos Damasco, Orlando Oliveira de Morais, Carmen Déa Ribeiro de Paula, Raimunda Nonata Ribeiro Sampaio et al.
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Paciente do sexo masculino, 18 anos. Dois anos após tratamento insuficiente para leishmaniose tegumentar americana, apresentou, na mesma localização, lesão formada por cicatriz atrófica central e nódulos verrucosos na periferia. Era imunocompetente, hígido e negava qualquer trauma local. O diagnóstico de leishmaniose recidiva cutis foi feito através de cultura do aspirado da lesão. Realizou tratamento com N-metilglucamina (20mgSbV/kg/dia) associado à pentoxifilina (1200mg/dia) durante 30 dias alcançando cura clínica. Os casos semelhantes requerem atenção diferenciada pela dificuldade ao tratamento.
Palavras-chave: LEISHMANIOSE, LEISHMANIOSE MUCOCUTÂNEA, PENTOXIFILINA, RECIDIVA, TERAPÊUTICA
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Resumo
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Orlando Oliveira de Morais, Anglya Samara Silva Leite, Killarney Ataíde Soares, Jorgeth de Oliveira Carneiro da Motta, Raimunda Nonata Ribeiro Sampaio et al.
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A grande maioria dos casos de leishmaniose tegumentar é representada por lesões nos membros. Paciente feminina, branca, diabética, apresentou úlcera com bordas infiltradas, localizada no quarto quirodáctilo esquerdo, após exposição ocupacional em área de mata nativa. Foi confirmado o diagnóstico de leishmaniose tegumentar por Leishmania do subgênero Viannia. Não respondeu ao tratamento com antimonial, mas obteve cura clínica após associação com a pentoxifilina. O caso destaca-se pela raridade da localização periungueal da lesão leishmaniótica e pela dificuldade terapêutica.
Palavras-chave: DIAGNÓSTICO, LEISHMANIA BRAZILIENSIS, LEISHMANIOSE MUCOCUTÂNEA, REAÇÃO EM CADEIA DA POLIMERASE
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Investigação
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Titulo do Artigo
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Autor(es)
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Resumo
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Raimunda Nonata Ribeiro Sampaio, Íris Campos Lucas, Arnoldo Velloso da Costa Filho
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FUNDAMENTOS: O tratamento de primeira escolha da leishmaniose tegumentar americana é a N-metil-glucamina que tem alta toxicidade, exige administração parenteral e nem sempre cura. A azitromicina mostrou ação in vitro e resultado contraditório na doença humana.
OBJETIVO: Verificar se a associação N-metil-glucamina+azitromicina é mais eficaz do que N-metil-glucamina no tratamento da leishmaniose experimental.
MÉTODOS: 25 camundongos inoculados com a cepa C57BL/6 de L. (L.) amazonensis foram divididos em dois grupos. Um foi tratado com 400mgSbV/kg/dia de N-metil-glucamina associado a 200mg/kg/dia de azitromicina durante 20 dias, e o outro com N-metil-glucamina, na mesma dose, durante o mesmo tempo. Foi feita avaliação clínica e parasitológica com análise estatística.
RESULTADO: Na avaliação clínica, pesquisa de amastigotas e das culturas, não houve diferença estatística. Verificou-se, entretanto, diferença significante no resultado das culturas realizadas através de diluição limitante, que desfavoreceu a associação NMG+ azitromicina.
CONCLUSÃO: A associação N-metil-glucamina e azitromicina não demonstrou mais eficácia do que o N-metil-glucamina em uso isolado.
Palavras-chave: AZITROMICINA, LEISHMANIOSE CUTÂNEA
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Resumo
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ROBERTO QUERIDO NAME, KARINNE TAVARES BORGES, LUCAS SOUZA CARMO NOGUEIRA, JOÃO HERMAN DUARTE SAMPAIO, PEDRO LUIZ TAUIL, RAIMUNDA NONATA RIBEIRO SAMPAIO et al.
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*Fundamentos*: A leishmaniose tegumentar americana é doença em expansão no Brasil. A região Centro-Oeste é hoje a terceira em incidência e a primeira em crescimento da doença.
*Objetivos*: Avaliar pacientes com leishmaniose tegumentar americana atendidos no Hospital Universitário de Brasília, quanto a aspectos clinicoepidemiológicos e resposta ao tratamento com antimonial pentavalente.
*Métodos*: Estudo do tipo série de casos de 402 pacientes, segundo sexo, idade, ocupação, procedência, formas clínicas, métodos de diagnóstico, tratamento com antimonial pentavalente e efeitos colaterais, no período de 1/1/1994 a 28/2/2003. O acompanhamento foi de um ano pós-tratamento.
*Resultados*: Predomínio de homens, lavradores, de 20 a 39 anos, com a forma cutânea. A eficácia do antimonial foi maior em pacientes com forma cutânea tratados até seis meses depois do início dos sintomas, e em pacientes do sexo feminino (diferenças estatisticamente significativas na análise multivariada). O mesmo ocorreu para pacientes com forma mucocutânea, mas sem diferença estatística significante. Alterações eletrocardiográficas foram mais freqüentes no grupo tratado com 20mg SbV/kg/dia por 30 dias em relação ao tratado por 20 dias. Eosinofilia ocorreu em 17,5% dos casos.
*Conclusões*: Tratamento precoce, sexo feminino e a forma cutânea apresentaram índices mais elevados de cura. Alterações do eletrocardiograma aumentaram com o tempo de tratamento com antimoniais. A eosinofilia como efeito colateral ao uso do antimonial merece maior investigação.
Palavras-chave: LEISHMANIOSE MUCOCUTÂNEA/EPIDEMIOLOGIA, LEISHMANIOSE MUCOCUTÂNEA/DIAGNÓSTICO, LEISHMANIOSE MUCOCUTÂNEA/TERAPIA
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Resumo
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RAIMUNDA NONATA RIBEIRO SAMPAIO, GILBERTO BROWN DE ANDRADE, ANTONIO CÉSAR PEREIRA, EURICO APARECIDO DA SILVA, CÉSAR AUGUSTO CUBA CUBA et al.
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*Fundamentos:* O PCR tem alta sensibilidade no diagnóstico da LTA, mas é caro e distante da prática. A cultura e o esfregaço são práticos, mas pouco sensíveis.
*Objetivo:* O objetivo deste trabalho foi comparar os dois últimos métodos, buscando maior sensibilidade e menor custo.
*Métodos:* Foram comparados três meios de cultura no isolamento de leishmânia: Difco agar sangue + Schneider + soro bovino fetal (20%); Difco agar sangue + Schneider + urina humana (2%); Schneider + urina humana (2%). Foram comparadas, também, duas técnicas de pesquisa de amastigotas: esfregaço realizado com biópsia, ou raspado através de palito (matchstick).
*Resultados:* Os índices de positividade e contaminação (29 a 33% e 8 a 11%, respectivamente, p>0.05) foram semelhantes na comparação dos cultivos. Os esfregaços com biópsia, ou palito também não tiveram diferenças significativas (14 e 19%, respectivamente, p> 0,05). A Leishmania (Viannia) braziliensis predominou.
*Conclusão:* No Brasil, a urina pode substituir o soro fetal bovino. Há vantagem na relação custo/benefício. A urina não tem custo enquanto 500ml de soro bovino fetal custa 185 dólares.
Palavras-chave: LEISHMANIOSE CUTÂNEA., DIAGNÓSTICO, LEISHMANIA BRAZILIENSIS
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Resumo
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LUCAS SOUZA CARMO NOGUEIRA, RAIMUNDA NONATA RIBEIRO SAMPAIO
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*Fundamentos:* A leishmaniose tegumentar americana (LTA) é doença de importante prevalência no Brasil, apresentando nas últimas décadas mudanças em relação a seu padrão epidemiológico e distribuição pelo país.
*Objetivos:* Caracterizar epidemiologicamente os pacientes portadores de LTA atendidos no Hospital Universitário de Brasília (HUB) e definir respostas ao tratamento.
*Material e Método:* Série de casos a partir de protocolos preenchidos pelos dermatologistas do HUB entre 01/01/1994 e 30/04/1998.
*Resultados:* Predomínio de homens (66,2%), na faixa etária em que são mais requisitados para o trabalho (38,8%), lavradores (26,1%), com a forma cutânea da doença (58,8%), e com boa resposta ao tratamento com a N-metil-glucamina, em especial para formas exclusivamente cutâneas (79,1%). As formas mucosas responderam ao tratamento em menos casos (67,6%). Não houve influência estatisticamente comprovada sobre o prognóstico dos pacientes de fatores como número e local das lesões cutâneas, além do uso de tratamentos anteriores.
*Conclusões:* Este estudo sugere que a transmissão profissional ainda representa importante forma de transmissão da LTA, embora isso esteja se alterando lentamente. Acredita-se que a elevação do percentual das formas cutâneas em relação a estudo anterior realizado nesse mesmo hospital se deva ao fato de os autores avaliarem um ambulatório de referência, com demanda progressivamente maior para essa moléstia, e à autoctonia da doença no Distrito Federal.
Palavras-chave: LEISHMANIOSE CUTÂNEA., EPIDEMIOLOGIA, LEISHMANIOSE
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