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Vol. 99. Núm. 2.
Páginas 284-286 (01 Março 2024)
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Vol. 99. Núm. 2.
Páginas 284-286 (01 Março 2024)
Cartas ‐ Caso clínico
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Caso de dermatofibroma atrófico: possível papel da metaloproteinase de matriz‐2
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Misaki Kusano, Toshiyuki Yamamoto
Autor para correspondência
toyamade@fmu.ac.jp

Autor para correspondência.
Departamento de Dermatologia, Fukushima Medical University, Fukushima, Japão
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Prezado Editor,

Paciente do sexo masculino, de 47 anos, visitou o Serviço de Dermatologia queixando‐se de nódulo assintomático na extremidade inferior, que apareceu havia cinco anos. Paciente hígido e não identificou nenhum evento desencadeante, como picada de inseto ou trauma menor. O exame físico mostrou nódulo dérmico acastanhado de 5mm de tamanho com depressão central na coxa esquerda (fig. 1A). A dermatoscopia mostrou área central de coloração avermelhada com descamação, circundada por rede pigmentar acastanhada (fig. 1B). O nódulo foi removido cirurgicamente com margem de 2mm, sob anestesia local. O exame histopatológico mostrou área central deprimida e adelgaçamento dérmico (fig. 2A). Maior ampliação revelou proliferação de células tumorais fibroblásticas na derme e hiperplasia da epiderme sobrejacente (fig. 2B). A imunomarcação com fator XIIIa foi positiva, mas o CD34 foi negativo. A coloração para fibras elásticas de van Gieson revelou diminuição das fibras elásticas na derme (fig. 2C). Foi realizada imuno‐histoquímica utilizando anticorpos contra metaloproteinase de matriz‐2 (MMP‐2), MMP‐7, MMP‐9 e MMP‐12, sendo observada intensa expressão de MMP‐2 nas células tumorais fibroblásticas (fig. 2D).

Figura 1.

(A) Aspecto clínico do nódulo acastanhado com depressão central. (B) Dermatoscopia mostrando mancha central avermelhada com descamação branco‐amarelada circundada por rede pigmentar acastanhada.

(0,25MB).
Figura 2.

(A) Lesão com depressão central evidenciando adelgaçamento dérmico (Hematoxilina & eosina, 40×). (B) Maior ampliação mostrando proliferação de células tumorais fibroblásticas na derme e hiperplasia da epiderme sobrejacente (Hematoxilina & eosina, 200×). (C) Diminuição das fibras elásticas na derme adelgaçada (coloração para fibras elásticas de van Gieson, 200×). (D) Expressão acentuada de MMP‐2 nas células tumorais fibroblásticas (200×).

(1,17MB).

O dermatofibroma atrófico é variante rara, clinicamente caracterizado por nódulo ou placa acastanhada solitária, com umbilicação central.1,2 A espessura dérmica na área da lesão é geralmente a metade da espessura do tecido dérmico adjacente. Em revisão recente de casos de dermatofibroma atrófico em 64 pacientes, as localizações mais comuns foram ombro (25%), membros inferiores (23,4%) e região dorsal (17,2%).1 Em virtude das características clínicas, como nódulo ou placa acastanhada com depressão central, o diagnóstico clínico não é tão difícil. O exame dermatoscópico mostra rede pigmentar irregular, múltiplas manchas brancas semelhantes a cicatrizes, e coloração rosa‐avermelhada,3,4 que podem ser de alguma ajuda para o diagnóstico clínico de dermatofibroma atrófico.

A fisiopatologia do adelgaçamento dérmico no dermatofibroma atrófico é desconhecida. Estudos anteriores revelaram que as fibras elásticas estão diminuídas ou ausentes nos dermatofibromas atróficos. Recentemente, a superexpressão de MMP‐1 por células tumorais foi relatada no dermatofibroma atrófico.5 Além disso, no presente estudo, foi observado que a MMP‐2 era fortemente expressa nas células fibroblásticas, enquanto a expressão de outras MMP, como MMP‐7, MMP‐9 e MMP‐12, não foi observada. A limitação é que não foi examinada a expressão de MMP em dermatofibromas comuns sem adelgaçamento dérmico. Portanto, não é possível concluir que a expressão aumentada de MMP‐2 seja a principal causa desse aspecto característico dos dermatofibromas atróficos. Entretanto, MMP‐1 e MMP‐2 podem desempenhar importante papel na degradação do tecido conjuntivo nos dermatofibromas atróficos; e mais estudos são necessários.

Suporte financeiro

Nenhum.

Contribuição dos autores

Misaki Kusano: Obtenção, análise e interpretação dos dados; elaboração e redação do manuscrito.

Toshiyuki Yamamoto: Revisão crítica do manuscrito; aprovação da versão final do manuscrito.

Conflito de interesses

Nenhum.

Referências
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Atrophic dermatofibroma: a comprehensive literature review.
Dermatol Ther (Heidelb)., 9 (2019), pp. 449-468
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N. Gutierrez, A. Calame, C. Erickson, P.R. Cohen.
Atrophic dermatofibroma: a unique dermatofibroma variant.
Cureus., 13 (2021), pp. e14570
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A. Kelati, N. Aqil, H. Baybay, S. Gallouj, F.Z. Mernissi.
Beyond classic dermoscopic patterns of dermatofibromas: a prospective research study.
J Med Case Rep., 11 (2017), pp. 266
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E.A. Karabay, D. Demir, F. Gürsoy, I. Zindanci.
A rare case of atrophic dermatofibroma with dermoscopic findings.
J Cosmet Dermatol., 20 (2021), pp. 2598-2601
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A. Yano-Takamori, G. Tsuji, T. Nakahara, M. Kido-Nakara, M. Furue.
A case of atrophic dermatofibroma overexpressing matrix metalloproteinase‐1.
Case Rep Dermatol., 11 (2019), pp. 264-267

Como citar este artigo: Kusano M, Yamamoto T. A case of atrophic dermatofibroma: a possible role of matrix metalloproteinase‐2. An Bras Dermatol. 2024;99:284–6.

Trabalho realizado no Departamento de Dermatologia, Fukushima Medical University, Fukushima, Japão.

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