Os AA. relatam a descoberta de nova endemia de Favus no Rio Grande do Sul, localizada no município de Cândido Godoi, junto ao Vale do Rio Uruguai.
Observam 47 casos de Favus do couro cabeludo, dos quais 26 eram do sexo masculino e 21 do feminino, sendo que 37 contavam menos de 15 anos e 10 mais que esta idade limite. O mais idoso tinha 65 anos e o mais moço 2 anos. A idade do início da afecção variou de 1 a 5 anos.
O quadro clínico caracterizou-se pelo predomínio das formas impetiginóides em crianças e das formas "queimadas" nos adultos. Menos frequentes foram os aspectos pitiriasiformes, sendo raros os escutulares puros. Áreas cicatriciais de extensão variável, foram observadas em pacientes de todas as idades.
Encontrou-se micélios nos pelos e nas escamas de todos os doentes e a cultura em Sabourand revelou colônias de "T. Schoenleinii". A descoberta do caso "princeps" causador da endemia e que procedeu da Holanda, demonstrou ter ela se desenvolvido independentemente das outras já descritas em municípios do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, introduzidas por imigrantes vindos da Itália.
Os autores destacam a escassa contagiosidade do Favus, a respeito da promiscuidade e descuido higiênico. Os 47 casos foram encontrados em 19 famílias, com um máximo de 6 casos por família e um mínimo de um, a média sendo de 2,5 por unidade familiar.
Os AA. destacam a necessidade dos estudos genéricos e imunológicos, bem como o de eventuais carências nutritivas, que no futuro poderão esclarecer o condicionamento da susceptibilidade ou da resistência ao fungo.
Estudam outrossim a influência doa fatores geográficos na distribuição dos favus. Sumarizam trabalhos recentes sobre favus na literatura mundial, mencionando também os referentes aos casos atípicos.
Relatam por fim, as providências de ordem sanitária, destinadas a erradicação da endemia, verdadeiro problema de saúde pública do Rio Grande do Sul.
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