Inicialmente o autor discutiu as classificações da sífilis, encaradas apenas do ponto de vista clínico e, por isto mesmo, inaplicáveis ao estudo da epidemiologia, uma vez que naquelas são relegadas a segundo plano as lesões contagiantes. A seguir, o autor apresenta a sistemática adotada pelo serviço de higiene da Argentina e de autoria de Baliña. A crítica, feita a esta última, mostrou sua inaplicabilidade no Brasil, pelo menos no momento, em virtude da falta de organização sanitária anti-venérea em nosso país.
Para atender às dificuldades atuais, o autor propôs-se a apresentar um plano de sistematização da sífilis que, atendendo aos fins clínicos, não fugisse de seus principais objetivos, isto é, a epidemiologia e a estatística.
Na chave proposta, as formas clínicas de sífilis são divididas em dois itens fundamentais, a saber: formas recentes e formas tardias, tanto uma quanto a outra subdivididas em: adquiridas e congênitas. (Pelo estudo rápido da classificação proposta, verifica-se desde o início que foi preocupação primordial do autor dividir as formas clínicas da sífilis em contagiantes, de interesse médico policial sanitário, e não contagiantes, da alçada clínico-social. Ainda dentro deste estudo o autor deteve-se na chamada forma de lues heredo-distrófica, que a seu ver não deve ser esquecida, se bem para que tal diagnóstico seja feito, satisfaçam-se itens primaciais no estudo da herança sifilítica.
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A queilite glandular simples se caracteriza pela presença de glândulas salivares hipertrofiadas e em hiperfunção numa zona do lábio inferior (limite entre a semi-mucosa e mucosa propriamente dita zona de transição de Klein), onde normalmente não existem. Estas glândulas determinam elevações e seus canais excretores se abrem em orifícios dilatados, onde expontâneamente ou pela compressão aparecem gotas de saliva, clara dando uma aparênciu de orvalho.
Nutra série de 30 ursos de blastomicose brasileira encontramos 3 portadores de queilite glandular simples (10%). No primeiro doente, a queilite curou no mesmo tempo que a blastomicose. Nos 2.º e 3.º pacientes, continuou a evoluir, sendo que no caso n.º 2 se agravava durante o uso do medicação sulfonamidica (sulfatiazol e Sulfadiazina), melhorando com a suspensão da mesma.
Devido não só percentagem, maior do que entre casos dermatológicos Vários, como também pelo estudo dos doentes observados, julgamos que a blastomicose brasileira se apresenta como uma das causas que podem determinar o aparecimento da queilite glandular simples.
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