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Vol. 98. Núm. 2.
Páginas 246-248 (01 Março 2023)
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Vol. 98. Núm. 2.
Páginas 246-248 (01 Março 2023)
Carta – Caso Clínico
Open Access
Nevo de Reed acral com padrão de cristas paralelas: exceção à regra de malignidade
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Elena Canal‐Garciaa,
Autor para correspondência
ecanal.germanstrias@gencat.cat

Autor para correspondência.
, Xavier Soriaa, Felip Vilardellb, Rosa M. Martia,c
a Departamento de Dermatologia, Hospital Universitari Arnau de Vilanova, Universitat de Lleida, IRBLleida, Lleida, Espanha
b Departamento de Patologia, Hospital Universitari Arnau de Vilanova, Universitat de Lleida, IRBLleida, Lleida, Espanha
c Centro de Pesquisa Biomédica em Câncer, Instituto de Salud Carlos III, Madri, Espanha
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Prezado Editor,

Nevos de Reed (NR) são neoplasias quase exclusivamente juncionais que se distinguem como variante do nevo de Spitz (NS) por sua exuberante melanogênese e padrão de crescimento. A apresentação acral do NS é rara e tem características clínicas e histopatológicas específicas.1 Entretanto, os achados dermatoscópicos do NS e suas variantes na pele acral são pouco documentados.2 Os autores descrevem a presença de NR na pele volar digital no qual foi observado padrão de cristas paralelas ao exame dermatoscópico.

O paciente do sexo masculino, com idade de 9 anos, apresentou lesão pigmentada assintomática na mão direita. Ele havia detectado a lesão há oito meses, e a mesma havia aumentado gradualmente. O paciente não apresentava antecedentes pessoais ou familiares de tumores malignos. O exame físico revelou mácula marrom‐escura assimétrica, medindo 13×3mm, localizada na região volar do segundo quirodáctilo direito. A lesão exibia morfologia linear atípica semelhante a lua crescente (fig. 1A). Os achados dermatoscópicos mostraram padrão de cristas paralelas acastanhadas com algumas estrias na periferia (fig. 1B). Excisão cirúrgica completa foi realizada para descartar malignidade. O exame histopatológico revelou vários ninhos pequenos, orientados verticalmente, compostos de melanócitos fusiformes muito pigmentados ao longo da junção dermoepidérmica (fig. 1C‐D). Não foram observados melanócitos na derme, e o diagnóstico de NR foi confirmado.

Figura 1.

Nevo de Reed na falange distal. (A) Características clínicas da lesão. (B) Achados dermatoscópicos mostrando padrão de cristas paralelas com algumas estrias periféricas. (C) Os achados histopatológicos consistiam em ninhos de células tumorais dispersos na epiderme (Hematoxilina & eosina, 100×). (D) Os ninhos juncionais eram compostos de melanócitos fusiformes muito pigmentados, orientados verticalmente (Hematoxilina & eosina, 200×).

(1,19MB).

NS acrais, compreendidos como aqueles localizados nas regiões palmares, plantares e dedos, são infrequentes, relatados como compreendendo menos de 2% de todos os NS.1 Eles são mais comuns em mulheres jovens adultas, mais frequentemente localizados nos pés e maiores que os nevos melanocíticos acrais.1 O NR acral, ou “nevo de células fusiformes pigmentadas”, é a variante mais comum de NS, que normalmente se apresenta como lesão exageradamente pigmentada.1 Dadas as características clinicopatológicas sugestivas de malignidade, seu diagnóstico clínico é geralmente de nevo atípico ou melanoma maligno.1,2 O exame dermatoscópico é útil para diferenciar entre o NR e o melanoma lentiginoso acral.2 Os padrões dermatoscópicos mais comumente associados ao NS são o padrão starburst e globular.2 No entanto, um padrão característico no exame dermatoscópico de NS localizado na pele glabra não foi descrito.2,3 Uma revisão da literatura revelou apenas nove casos de NS acral e suas variantes com exame dermatoscópico.4 O padrão de sulcos paralelos com pontos, estrias e projeções periféricas e o padrão starburst foram relatados em quatro e três casos, respectivamente.4 O padrão pontilhado nas cristas foi descrito em um caso de NS palmar.3 Somente Jurakić et al., em 2018, relataram o caso de paciente jovem do sexo feminino com um NS pigmentado plantar de rápido crescimento que apresentou padrão de cristas paralelas à dermatoscopia com poucos glóbulos periféricos, semelhante ao presente caso.5

Em conclusão, os autores relatam o caso de um NR acral com padrão de cristas paralelas à dermatoscopia, uma exceção à regra de malignidade. O presente relato visa destacar que, embora tal padrão seja altamente sugestivo de melanoma, também pode ser observado em proporção de NS acrais localizados na pele glabra. Entretanto, um NS com assimetria e/ou padrão dermatoscópico atípico é impossível de diferenciar do melanoma e, portanto, deve ser excisado independentemente da idade ou morfologia clínica.

Suporte financeiro

Nenhum.

Contribuição dos autores

Elena Canal‐Garcia: Concepção e planejamento do estudo; elaboração e redação do manuscrito; redação do manuscrito ou revisão crítica de conteúdo intelectual importante; obtenção, análise e interpretação dos dados; participação efetiva na orientação da pesquisa; participação intelectual em conduta propedêutica e/ou terapêutica de casos estudados; revisão crítica da literatura; aprovação da versão final do manuscrito.

Xavier Soria: Concepção e planejamento do estudo; elaboração e redação do manuscrito; redação do manuscrito ou revisão crítica de conteúdo intelectual importante; obtenção, análise e interpretação dos dados; participação efetiva na orientação da pesquisa; participação intelectual em conduta propedêutica e/ou terapêutica de casos estudados; revisão crítica da literatura; aprovação da versão final do manuscrito.

Felip Vilardell: Redação do manuscrito ou revisão crítica de conteúdo intelectual importante; obtenção, análise e interpretação dos dados; participação efetiva na orientação da pesquisa; participação intelectual em conduta propedêutica e/ou terapêutica de casos estudados; revisão crítica da literatura; aprovação da versão final do manuscrito.

Rosa M. Martí: Concepção e planejamento do estudo; elaboração e redação do manuscrito; redação do manuscrito ou revisão crítica de conteúdo intelectual importante; obtenção, análise e interpretação dos dados; participação efetiva na orientação da pesquisa; participação intelectual em conduta propedêutica e/ou terapêutica de casos estudados; revisão crítica da literatura; aprovação da versão final do manuscrito.

Conflito de interesses

Nenhum.

Referências
[1]
C. Requena, L. Requena, H. Kutzner, E.S. Yus.
Spitz nevus: a clinicopathological study of 349 cases.
Am J Dermatopathol., 31 (2009), pp. 107-116
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A. Lallas, Z. Apalla, D. Ioannides, E. Lazaridou, A. Kyrgidis, P. Broganelli, et al.
Update on dermoscopy of Spitz/Reed naevi and management guidelines by the International Dermoscopy Society.
Br J Dermatol., 177 (2017), pp. 645-655
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K. Nakagawa, M. Kishida, A. Okabayashi, N. Shimizu, M. Taguchi, R. Kinoshita, et al.
Spitz nevus on the palm with crista tranverse dots/dotted lines revealed by dermoscopic examination.
J Dermatol., 42 (2015), pp. 649-650
[4]
S.E. Montenegro Jaramillo, G. Jo, C.C. Darmawan, C. Lee, J-H. Mun.
Dermoscopic findings of Spitz nevus on acral volar skin.
Indian J Dermatol Venereol Leprol, 85 (2019), pp. 629-632
[5]
R. Jurakić Tončić, M. Bradamante, G. Ferrara, D. Štulhofer-Buzina, M. Petković, G. Argenziano.
Parallel ridge dermoscopic pattern in plantar atypical Spitz nevus.
J Eur Acad Dermatol Venereol., 32 (2018), pp. e86-e121

Como citar este artigo: Canal‐Garcia E, Soria X, Vilardell F, Marti RM. Acral reed nevus with parallel ridge pattern: an exception to the rule of malignancy. An Bras Dermatol. 2023;98:251–3.

Trabalho realizado no Departamento de Dermatologia, Hospital Universitari Arnau de Vilanova, Lleida, Espanha.

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